Presidente chinês chegou nesta segunda (20) a Moscou para viagem de dois dias. Pequim diz querer liderar novo diálogo para fim da guerra, mas EUA e Reino Unido acusam país asiático de fornecer armas ao Exército russo.

Xi Jinping acena ao desembarcar no aeroporto de Vnukovo, em Moscou, em 20 de março de 2023 — Foto: Anatoliy Zhdanov/Kommersant Photo/AFP
O presidente da China, Xi Jinping, chegou nesta segunda-feira (20) à Rússia, em uma viagem que acirra as tensões com o Ocidente, que acusa Pequim de fornecer armas ao Exército russo.
Esta é a primeira visita do presidente chinês à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia.
Desde o início deste ano, no entanto, Putin tem falado frequentemente sobre uma parceria "estratégica" com Pequim. Serviços de Inteligência do Reino Unido e dos Estados Unidos apontam que a Rússia começou a comprar armas da China para tentar fazer frente ao apoio do Ocidente à Ucrânia.
Xi se encontrará ainda nesta segunda com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem dará uma entrevista à imprensa. Na terça-feira (21), debaterão uma "parceria estratégica" entre os dois países, de acordo com o governo russo. Ele volta a Pequim no dia seguinte.
Em um artigo publicado na edição desta segunda de um jornal estatal russo, Xi Jinping disse que sua proposta de paz servirá para "neutralizar as consequências do conflito e promover um acordo político". Mas ele disse saber que não é uma tarefa fácil.
"Problemas complexos não têm soluções simples", afirmou.
Já Putin, que chamou Xi Jinping de "velho amigo", disse que a visita do líder chinês confirma a parceria "especial" entre Rússia e China.
O serviço de inteligência do Reino Unido afirma que China deve fornecer equipamentos militares para a Rússia ao longo deste ano. Pequim negou.
Xi e Putin já haviam se encontrado em setembro do ano passado, no Uzbequistão, durante um encontro de líderes regionais.
Mandado de prisão a Putin
A visita de Xi acontece quatro dias depois de o Tribunal Penal Internacional, baseado de Haia, na Holanda, emitir um mandado de prisão contra Vladimir Putin pelo crime de "deportação ilegal" de crianças da Ucrânia à Rússia.
Moscou já vinha sendo acusada por organizações não-governamentais, por Kiev e até por uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) de sequestrar crianças em regiões ucranianas tomadas pelo Exército do país e de levá-las para centros de "reeducação" em território russo. O próprio Kremlin já admitiu o envio dos jovens ucranianos à Rússia, mas alega tratar-se de órfãos.
O Kremlin chamou a decisao de "sem sentido". A Rússia não reconhece a Corte Internacional de Haia - criada em 1998 e que se reporta apenas aos países que ratificaram (ou seja, adotaram internamente como lei), o que não é o caso do governo russo.
Com informações do g1.
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