
Trânsito na ponte de Igapó tem sofrido com engarrafamentos - Foto: Magnus Nascimento
A mais recente interdição que envolve um trecho da Ponte de Igapó segue causando transtornos para motoristas e passageiros do transporte rodoviário de Natal. Para quem precisa passar pelo local, as queixas mas se resumem, basicamente, a uma só: a demora para conseguir trafegar pela região, com o bloqueio parcial do equipamento em setembro último pelo Dnit para obras de restauração. Um relatório elaborado pelo Seturn na semana passada apontou que o bloqueio tem provocado atrasos de meia hora, em média, nas viagens dos 32 ônibus que têm como rota aquela área da cidade.
Para Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn, faltam planejamento e ações dos órgãos públicos para buscar amenizar os transtornos. Segundo ele, uma triagem, solução utilizada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) quando também houve bloqueios na área em razão das obras na avenida Felizardo Moura, poderiam ajudar a aliviar os problemas. Neste caso, a inciativa de adotar a medida está a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
“O que a Prefeitura fez, com a triagem, o Dnit precisa fazer com a PRF e pedir ajuda ao Município, para apoio da STTU. É preciso essa ação, como aconteceu antes e funcionou muito bem, com uma priorização para fluxo dos ônibus nos horários de pico”, defende Queiroga. Ele justifica a sugestão utilizando como base o relatório realizado na última quinta-feira (26 de outubro) sobre o tempo de deslocamento nas vias que dão acesso à ponte.
O documento traz o tempo médio que três linhas levam para trafegar em vias da região, diretamente afetadas pela interdição. A Linha 15, por exemplo, levou 37 minutos em média para se deslocar da Mário Negócio à Felizardo Moura. A Linha 27 gastou 27 minutos no mesmo trecho, em média. Já a Linha 73 levou 32 minutos, em média, para trafegar da entrada da Rua dos Pegas até o Viaduto de Igapó. As análises foram realizadas a partir das 15h, horário de pico para quem segue de outras regiões da capital para a zona Norte, com pelo menos três viagens efetuadas por cada uma.
“Essas três linhas serviram para trazer um recorte do que normalmente acontece com as demais”, explica Nilson Queiroga, do Seturn. Ele esclarece que um único atraso compromete todo o planejamento das empresas de ônibus. “Cada linha tem uma previsão de tempo de viagem, então, qualquer obstáculo ‘mata’ esse planejamento. A gente coloca essa média de 30 minutos, mas há registros de atrasos de uma hora ou mais”, diz.
“A linha 73, a maior de Natal, por exemplo, já chegou a bater quatro horas para ir da zona Norte a Ponta Negra e depois retornar a Santarém (zona Norte). Isso significa que o trabalhador que saiu de Ponta Negra para a zona Norte, levou cerca de duas horas até chegar ao destino. Isso é uma questão muito grave”, acrescenta Queiroga. Segundo ele, as 32 linhas da região, que incluem ônibus urbanos, semiurbanos e opcionais, transportam cerca de 103 mil passageiros por dia.
Tribuna do Norte.
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