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Reforma do Sandoval Wanderley deve ser iniciada no 2º semestre


Foto: Magnus Nascimento


Fechado há 13 anos, a obra deve envolver não só a reformulação do Teatro, mas também a compra de todo seu mobiliário. Sua proposta tem elementos inovadores como um teto retrátil no espaço cênico que deve abrir para que a iluminação natural adentre quando possível. Originalmente, o palco terá formato de arena, podendo ser convertido em palco italiano a depender do projeto. Além disso, a área externa do Sandoval vai ser aproveitada para convivência e realização de performances, com acesso à Escola Estadual João Tibúrcio. Também estão previstos espaços de leitura, foyer de circulação, uma cafeteria e salas multiuso com espelhos móveis e espuma e nuvens acústicas.


O secretário explica que os trabalhos foram iniciados em 2019, a partir de um anteprojeto doado pela arquiteta Débora Mendes, inicialmente feito para seu trabalho de conclusão de curso. “Foi um projeto feito por várias mãos, a pedido do prefeito Álvaro. São várias secretarias integradas, mas sua coordenação e elaboração estavam na responsabilidade da Secretaria de Cultura e Planejamento. O anteprojeto já sido muito bem conduzido por Débora, que conseguiu fazer a zeescuta da categoria, de tal modo que teve uma ampla substancialização democrática”.


“Temos algumas dificuldades que estamos tentando superar como, por exemplo, o estacionamento. Estamos dialogando com a Fundação Bradesco para viabilizar a ideia do estacionamento compartilhado. Vamos renovar esse contato com a perspectiva de utilizarmos o espaço de estacionamento em horários que o banco não esteja funcionando. Tivemos uma primeira sinalização para aprofundamento dessa parceria e creio que será possível”, aponta Dácio.


A capacidade do local deve abarcar 200 pessoas, com possibilidade de expansão. De acordo com o secretário, o termo de referência deve ser concluído em 30 dias e a licitação lançada no segundo semestre de 2022. Os recursos investidos serão de ordem municipal. “Em tese, diria que dentro de 90 dias é possível que o prefeito lance a pedra fundamental da reconstrução do Teatro, mas a minha expectativa pode ser traída por questões jurídicas, administrativas e burocráticas. Sem dúvida, podemos esperar uma conclusão da obra até o final de 2023”.


Desde 2019, as pastas de Cultura, Mobilidade Urbana, Meio Ambiente e Urbanismo, Obras Públicas e Infraestrutura e Planejamento tem atuado para construir um projeto definitivo a partir da complementação do anteprojeto, que não previa adequações elétricas, de climatização, cênicas e acústicas. No total, seis outros projetos dessa natureza foram elaborados. A demolição das áreas necessárias foi feita e o laudo pericial do ponto de vista da engenharia demonstrou que o aspecto estrutural estava pronto para reforma. Esses passos foram acompanhados pela Comissão de Fiscalização da Câmara Municipal de Natal.


Sendo o único teatro municipal da capital, o prefeito Álvaro Dias disse, durante a apresentação, que a reforma irá beneficiar a classe artística e fomentar a cultura. ”É um compromisso nosso com a classe artística da cidade de Natal. Pretendemos agilizar a licitação e vamos iniciar a obra o mais rápido possível, já que é uma obra que tem grande expectativa por parte do setor cultural. Vamos instalar um novo teatro que vai abrilhantar os eventos culturais e artísticos da nossa cidade valorizando a cultura e oferecendo mais uma opção de lazer aos natalenses”, afirmou.


Teatro de Natal foi construído em 1962


O Teatro Sandoval Wanderley foi construído em 1962 e é o segundo mais antigo de Natal, atrás apenas do Teatro Aberto Maranhão (1904). Da sua fundação até o início da década de 1970 era conhecido como o “Teatrinho do Povo” devido ao apelo popular, que o tornava o centro cultural do Alecrim. Na ditadura militar, o teatrinho foi fechado pela primeira vez. “Os militares fecharam o teatro porque diziam que era coisa de comunista, aquelas coisas, e colocaram lá uma escola infantil, um jardim de infância para justificar o fechamento”, lembra Racine Santos, escritor, dramaturgo e amigo de Sandoval Wanderley. “Na época fui até o Rio de Janeiro, onde funcionava o Serviço Nacional do Teatro e conseguimos uma verba para reabrir o teatro e aí colocaram a escola em outro canto. Isso em 1969”, acrescenta. O espaço ganhou o nome de Sandoval Wanderley no ano de 1973 em homenagem ao ex-vereador, escritor e dramaturgo potiguar, que havia falecido no ano anterior. Sandoval Wanderley nasceu em Assu, no Oeste potiguar, em 1893 e foi um dos diretores do grupo Ginásio Dramático e fundador do Conjunto Teatral Potiguar (1941) e do Teatro de Amadores de Natal (1951). Ele também é autor de dezenas de peças, entre elas “E ofende?”, “Um dos Três é o Pai”, “Taberna Azul” e “Por causa de uma Mini-saia”. Entre altas e baixas temporadas, o Teatro Sandoval Wanderley permaneceu ativo até maio de 1986, quando uma parte da construção ruiu. Por motivos de segurança, a estrutura foi inteiramente demolida e um projeto de reconstrução foi desenvolvido para que o centro cultural do Alecrim fosse reerguido em 1992, desta vez reformulado, em formato de caixa retangular. Na última fase do Sandoval Wanderley, grandes nomes passaram pelo palco do teatrinho, como Tetê Espíndola, Miúcha, Fausto Nilo e Zé Celso Martinez. As portas do teatro foram fechadas em 2009 e seguem assim desde então.

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