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No RN, ministro minimiza invasões e diz que Governo está aberto ao MST

Cumprindo agenda no Rio Grande do Norte, o ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, garantiu que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) irá desmobilizar as invasões feitas no início deste mês em fazendas do sul da Bahia. Teixeira afirmou que a ação foi um “fato isolado” e que não há tendência de aumento de invasões em propriedades privadas do País porque o “governo está aberto ao diálogo” para conciliar interesses de integrantes do movimento e empresários”. Durante a visita, o ministro anunciou ainda a assinatura de um convênio de R$ 1,5 milhão para o fortalecimento da assistência técnica às mulheres potiguares.



Ministro participou de cerimônia com a governadora Fátima Bezerra e secretários de Estado no Mercado da Agricultura Familiar / Magnus Nascimento


Teixeira atribui as invasões a um “represamento de demandas” dos movimentos sociais que, segundo a avaliação dele, foram ignorados ao longo dos últimos seis anos. “O fato é que faz seis anos que não se desapropria um centímetro de terra. O governo passado paralisou todas as desapropriações, então há um represamento”, analisou o ministro de Estado.

Ele acrescentou ainda que não teme uma onda de invasões de terras pelo País porque o Governo Federal está aberto ao diálogo. “Nós vamos tentar resolver via diálogo o assentamento de muitas famílias no Brasil e assentar com terra, mas também com crédito, assistência técnica, máquinas, agroindústria e cooperativas. É isso que o presidente Lula pretende entregar ao Brasil. As portas estão abertas ao MST, Fetarn, federações e sindicatos que representam a agricultura familiar. Eles não foram recebidos por seis anos por isso há um represamento. Eles estão dizendo ‘nós estamos aqui’ e nós estamos de portas abertas”, declarou.


Ainda de acordo com o ministro, uma reunião está marcada para esta quarta-feira (8) com os envolvidos. “Foi um fato isolado. Hoje mesmo [terça] eles estão saindo das terras da Bahia. Amanhã [quarta] nós vamos ter uma reunião com Governo Federal, Governo da Bahia, MST e a empresa Suzano. Nós esperamos que a partir do diálogo nós consigamos resolver todos os conflitos agrários do Brasil”, pontuou.


Essa foi a primeira agenda oficial do ministro Paulo Teixeira no Rio Grande do Norte. Nesta terça-feira (7), ele participou de uma cerimônia ao lado da governadora Fátima Bezerra e secretários de Estado no Mercado da Agricultura Familiar. Depois, Paulo compareceu à reunião da Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste, do qual a governadora é coordenadora e anunciou a assinatura de um convênio para fortalecimento das políticas de agricultura familiar para as mulheres.


“Nós estamos trazendo aqui um convênio de R$ 1,5 milhão de assistência técnica para as mulheres do Rio Grande do Norte. Nós estamos formatando junto ao BID, ao Banco Mundial, um grande empréstimo para a agricultura do Rio Grande do Norte e do Nordeste que o presidente Lula deve anunciar em breve, que é o PAS – Plano de Alimentos Saudáveis – alimentos sem agrotóxicos para a mesa do povo e aqui será uma experiência muito importante de parceria”, revelou.


A governadora Fátima Bezerra comemorou o aporte técnico para as famílias rurais do Estado e citou o “momento emblemático” do anúncio, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado neste dia 8 de março. “Simboliza um novo tempo para o Rio Grande do Norte, para o Nordeste, na medida em que as parcerias estão voltando. Todas elas voltadas para a expansão e fortalecimento da agricultura familiar”, complementou a gestora.


Invasões contrariam discurso de Lula

Com as invasões do Movimento Sem Terra em propriedades produtivas, há um clima de desconfiança sobre a garantia de segurança jurídica no campo. As invasões, com dois meses de governo, contrariam o discurso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista chegou a dizer que o MST não ocupava propriedades produtivas, como são as áreas da Suzano. Com isso, o conflito se desenha. Num comboio de veículos puxado por um carro de som, um grupo de fazendeiros e empregados de fazendas “invadiram” um acampamento montado em uma área invadida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) para exigir a saída desses, na sexta-feira (3) em Jacobina, interior da Bahia. Houve ameaça de confronto e a Polícia Militar interviu. Em menor número, os sem-terra saíram do local, mas acamparam em outro ponto da propriedade. Parte dos produtores mobilizados na manifestação decidiram permanecer acampados na fazenda. Viaturas da PM também permaneceram. A Fazenda Limoeiro é uma das quatro propriedades rurais invadidas na segunda-feira (27) pelo MST, na primeira onda de ocupações coordenada pelo movimento durante o novo governo do presidente Lula. As outras três, no sul do Estado, pertencem à empresa Suzano e duas delas já tiveram liminares de reintegração de posse concedidas pela Justiça. A família Pires, proprietária da Limoeiro, também entrou com ação de reintegração, mas ainda não houve decisão judicial.

De acordo com o dirigente nacional do MST no Estado, Evanildo Costa, o clima continuava tenso na região. O MST alega que a fazenda é improdutiva. Neto dos proprietários, Felipe Pires disse que a propriedade dos seus avós tem forte tradição em pecuária. Na quarta-feira (1º) a Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) enviou ofício ao secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, pedindo providências com relação à invasão da Limoeiro. Na última sexta, a federação de agricultores informou que a intervenção dos produtores rurais em defesa da Fazenda Limoeiro foi pacífica.




Com informações da Tribuna do Norte.

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