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Hoje é celebrado são Martinho de Braga, o santo que resgatou um povo da heresia

  • Foto do escritor: 91 FM NATAL
    91 FM NATAL
  • 20 de mar.
  • 4 min de leitura
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Hoje (20) é dia de são Martinho de Braga, bispo, teólogo e escritor eclesiástico hispânico de origem panônica (Panônia, região da antiga Europa central), chamado de "apóstolo dos suevos" por sua dedicação à evangelização deste povo de origem germânica.


Os suevos estabeleceram-se na Galécia (Gallaecia) no século VI. São Martinho de Braga também é conhecido como "Martinho de Dume", "Martinho Dumiense" ou "Martinho de Panônia". No Calendário Romano é celebrado no dia 5 de dezembro e na diocese de Braga em 22 de outubro.


Caminhando nas pegadas do Salvador


A data exata de seu nascimento não foi determinada com precisão, mas acredita-se que ele tenha nascido entre os anos 510 e 520 na Panônia (atual Hungria). Segundo santo Isidoro de Sevilha, seu primeiro biógrafo, a conversão de Martinho ao catolicismo ocorreu quando atingiu a maturidade, por volta do ano 560.


Encantado com a descoberta da fé em Cristo, Martinho fez uma peregrinação à Palestina marcado pelo desejo de pisar, beijar e tocar a terra onde Jesus viveu. Inicialmente pensou em ficar ali por pouco tempo, mas mudou de ideia para se dedicar mais à oração, à mortificação e ao estudo da Patrística (os textos dos Padres da Igreja).


Da Palestina foi para Roma, seguindo os passos do apóstolo Pedro. Na Cidade Eterna coroou a sua profunda experiência da unidade da Igreja, algo que marcou o resto da sua vida. Depois de Roma, o santo atravessou a terra dos francos, encontrando alguns suevos.


Aparentemente esse encontro foi muito significativo, provavelmente porque fazia muito tempo que não via um compatriota. O reencontro inesperado com algo que lembrava suas raízes o moveu a dar o próximo passo: Martinho foi para a cidade de Bracara Augusta (Braga, Portugal) como missionário; Bracara (Braga) era a capital da província romana da Galécia, que se tornou a capital do reino suevo.


Alma indomável


Os suevos, de origem germânica, eram uma ameaça constante às províncias romanas. Eles percorreram milhares de quilômetros dentro do Império, deixando a desolação em seu rastro. Depois de deixarem a sua região de origem, percorreram as margens do Reno e as do Minho; eles arrasaram os francos e cruzaram os Pirineus.


Por fim, repartiram-se as terras da Galécia e ficaram em Braga, cidade da qual fizeram capital. A partir daí mantiveram hostilidades com quase todos os povos vizinhos: desceram à Bética e conquistaram Sevilha, nas terras planas.


São Martinho de Braga, segundo santo Isidoro, chegou à Galécia por mar, vindo da Europa do Leste. Lá conheceu os suevos, pessoas que sabiam algo de Cristo, mas que haviam sido contaminadas pelo arianismo (heresia que negava a divindade de Cristo).


Nada melhor que a companhia de um santo


Sem perder tempo, são Martinho começou o seu ministério apostólico. Uma das tarefas que se impôs foi conseguir a conversão do rei Carriarico, rei suevo que havia adotado o arianismo. O rei tinha um filho gravemente doente e, querendo ganhar o favor de Deus, enviou um grupo de representantes ao túmulo de são Martinho de Tours, para pedir a saúde de seu herdeiro.


A primeira missão não alcançou o milagre, e o rei decidiu enviar uma nova delegação, desta vez, com uma oferenda de ouro e prata do mesmo peso de seu filho; ele também prometeu rejeitar a heresia se o santo de Tours lhe concedesse o milagre. Então, milagrosamente, o seu filho recuperou a saúde e o rei cumpriu sua palavra, o que causou a conversão de todo o povo suevo à sã doutrina.


No meio de todo este processo de purificação espiritual esteve Martinho de Braga, que se tornou um fiel amigo e conselheiro do rei. Carriarico não teria aberto seu coração à verdade sem o testemunho, ensinamento e oração do santo. Desta forma, Martinho também abriu a alma de todos os suevos novamente ao Evangelho.


Transformar tudo em Cristo


Em Dumio, cidade do reino de Braga, Martinho fundou um mosteiro, por isso também é conhecido como "Martinho Dumiense", que se tornaria um centro espiritual a partir do qual a fé do povo de Deus se renovava. Martinho sabia da necessidade da oração para espalhar o Evangelho! A Igreja não pode se manter ou crescer sem oração.


Dumio floresceu sob a liderança de são Martinho. Provavelmente o santo conhecia muito bem o estilo de Arles, região francesa, e nela se inspirou em termos de planejamento urbano. Para a vida religiosa seguiu a regra de são Bento. Era evidente que em Dumio os monges se governavam de acordo com o ritmo estabelecido pelo abade -e agora bispo- Martinho de Dumio.


São Martinho formou o clero de acordo com os cânones e acordos dos concílios espanhol e africano; atendeu às necessidades materiais e espirituais dos camponeses entre os quais abundavam as superstições pagãs, celtas e germânicas.


Ele confiou ao monge Pascasio a tradução de "As palavras dos anciãos", um texto patrístico, e ele mesmo traduziu "As sentenças dos Padres Egípcios"; ele escreveu para os suevos outras obras de piedade, ascéticas e doutrinárias, como a "Formula vitae honestae" e "De correcte rusticorum", bem como alguns pequenos tratados cheios de sabedoria humana e espírito cristão.


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