Depois de muito impasse sobre o que fazer com a “lagoa azul” que surgiu durante escavações de uma obra de saneamento no bairro Nova Esperança, em Parnamirim, na Grande Natal, a Prefeitura decidiu aterrar o buraco onde a água aflorou. A medida foi tomada nesta terça-feira (14), após audiência pública realizada no dia anterior na Câmara Municipal da cidade, quando professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sugeriram o aterramento. Contudo, os estudos para transformar o espaço numa área pública de lazer, continuam, com a possibilidade de escavar novamente para a lagoa ressurgir.

Apesar da proibição, moradores insistiam em tomar banho no local. “Lagoa Azul” ficou poluída / Ney Douglas
Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, o projeto para uma área de lazer envolve principalmente equipamentos ligados à saúde e à interação da população. A ideia é que seja destinado à prática de esportes, caminhada e possivelmente para contemplação ligada à água, que poderá ser desenterrada. Tudo deve ser definido até o final do ano. Por ora, a Prefeitura iniciou estudos para definir o projeto e posteriormente licitar a obra.
Por enquanto, em decisão conjunta, na qual foram considerados os posicionamentos da Caern, IGARN (Instituto de Gestão das Águas do RN), setor de Geologia da UFRN, Idema (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio AmbienteI) e demais órgãos, a Prefeitura optou pelo aterramento.
O buraco foi fechado nesta terça-feira sob críticas de moradores que desejam que ali se torne um ponto turístico e de lazer. Contudo, não estava fácil manter o espaço seguro, visto que a água ficou contaminada e a proibição do banho não estava sendo cumprida. “De acordo com os órgãos com expertise para a análise da água e do solo, a decisão foi tomada levando em consideração que, depois da mudança de coloração, de azul para verde, e da análise em laboratório, a água apresentou considerável contaminação, o que coloca em risco a integridade do lençol freático”, diz a nota da Prefeitura, que também ressaltou que ao acessar o local indevidamente, os moradores corriam riscos.
“Além da questão ambiental, a área é um canteiro de obras, portanto o acesso não é permitido, muito menos o banho na lâmina d'água. Mesmo com o isolamento da área e os constantes avisos, alguns curiosos ainda insistem em adentrar ao local, o que é considerado um risco”, continua a nota.
Outro problema que preocupava era a erosão na área, visto que a areia é composta por argila e a descida de pessoas poderia gerar desmoronamentos afetando a via ao lado. “O aterramento também vai garantir a integridade da Avenida João Paulo II, que margeia o local. A Prefeitura de Parnamirim vai aterrar o local para evitar maiores problemas, no entanto o planejamento para a implantação de uma área turística seguirá normalmente”, conclui .
A Estação Elevatória de Esgotos (EEE), que seria construída onde aflorou a água será transferida para local próximo ainda não definido. As obras de saneamento seguirão em Parnamirim, que deverá saltar dos 5% para 70% saneada, segundo informou a Caern. Atualmente, apenas o bairro da Liberdade conta com o sistema operando. Após a conclusão o Centro e a Cohabinal serão atendidos.
O serviço atenderá 208 mil habitantes e quase 70% da obra está concluída. O investimento total, segundo a Caern, é de R$ 276 milhões, sendo R$ 185 milhões em recursos da União, R$ 36 milhões com recursos próprios e R$ 55 milhões do FGTS.
Com informações da Tribuna do Norte.
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