Atraso nos salários leva ASGs do Walfredo à greve
- Marcelo Furtado
- 2 de mar. de 2023
- 2 min de leitura
Os maqueiros e equipes da higienização (ASG's) vinculados à empresa Safe fizeram paralisação total no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, durante a manhã desta quarta-feira (1) para reivindicar o pagamento de salários atrasados. A greve já dura cerca de 15 dias nos demais hospitais estaduais de Natal. De acordo com a direção da empresa terceirizada, a Sesap deve cerca de R$ 12 milhões em faturas de gestão e desde 2020 descumpre uma determinação judicial que a obriga fazer os pagamentos em dia. Há uma promessa de que até esta sexta-feira (3) a fatura relativa a janeiro no valor de R$ 1,5 milhão seja paga.

Nesta quinta-feira, trabalhadores farão protesto na frente da Sesap / Alex Régis
“A ordem judicial para o pagamento ser em dia é de 2016. O Estado vinha cumprindo até 2020, de lá para cá iniciaram os atrasos”, informou a direção da empresa. À TRIBUNA DO NORTE a Sesap disse que o processo está “em negociação” e que “estão no aguardo do trâmite”.
Cumprindo a lei de greve, 30% dos funcionários estão prestando os serviços. O Hospital Walfredo Gurgel conta com 23 pessoas trabalhando na higienização e quatro maqueiros em cumprimento das atividades para toda a demanda do local. “Quatro homens aqui operando milagre, porque é muita demanda. A higienização, está altamente prejudicada”, disse um dos funcionários.
Além do Walfredo, estão sendo afetados pela greve o Hospital Geral Doutor João Machado, em Tirol; Hospital Central Coronel Pedro Germano - Hospital da PM – e Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, além da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat).
A ultima paralisação divulgada aconteceu em outubro de 2022, também por atraso salarial, devido a falta de repasse da secretaria de saúde à Safe. Na ocasião, a pasta informou que não havia recebido as notas fiscais com a descrição do serviço realizado pela empresa no mês de setembro. Em 25 de outubro, os trabalhadores se reuniram no Ministério do Trabalho em audiência de mediação para debater o atraso. Dias depois, as atividades foram retomadas.
Agora, os trabalhadores da categoria voltam a ter dificuldades de arcar com despesas básicas, como transporte, já que o vale-transporte deles está atrasado há 60 dias, bem como o vale-alimentação. Além disso, o pagamento do salário do mês de janeiro ainda não foi pago e não há indicativo de que o de fevereiro aconteça. Alguns deles ainda aguardam a segunda parcela do 13º que deveria ter sido repassada em dezembro.
Nesta quinta-feira (2), os trabalhadores realizam um protesto em frente a sede da Sesap, na Cidade Alta. Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sipern) – atuante na representação da categoria dos ASG's – Domingos Ferreira, a perspectiva é que os protestos fiquem mais frequentes caso o problema não seja regularizado. “Não estamos vendo resultado. Estamos com essa concentração na frente da Sesap para cobrar, ver onde é que está o dinheiro que deve ao trabalhador”, declarou.
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