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Associação dos produtores de camarão do RN critica taxação da água bruta: “Beco sem saída”

Burocracia excessiva e valores apresentados pelo governo podem prejudicar ainda mais o setor diante da competitividade os estados vizinhos, diz Origenes Monte.


Viveiros de camarão em São José do Mipibu, município da Grande Natal. Foto: José Aldenir/Agora RN


A cobrança de água bruta começa a repercutir no setor econômico do RN, entre eles o de Camarão. De acordo com o Presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores de Camarão (ANCC), Origenes Monte Neto, a proposta para regulamentação da água salobra é desnecessária e pode acabar prejudicando ainda mais a produtividade em relação a estados vizinhos, como o Ceará. Ele afirma que governo transformou a taxação em “um beco sem saída” para os produtores, já que a obrigatoriedade da outorga de água também é exigida para financiamento rural, licenciamento ambiental e benefícios energéticos.


Segundo Monte, o controle do volume de extração de água tem que ser mediado, mas quando houver algum conflito entre pessoas que querem utilizar o mesmo manancial, rio ou poço. No caso da produção de Camarão, a água utilizada é a salobra, ou seja, água salgada do mar. A previsão para regular esse tipo de água é “desnecessária”, isso porque o volume de água salgada disponível na natureza não traz riscos de acabar”.


“90% da criação de camarão no Rio Grande do Norte é água salobra e salgada. Essa água não tem nenhuma previsão de acabar. Quando a água do mar vai se acabar? Onde tem conflito de captação de água do mar? Não tem conflito. É uma água que não tem limitação. Não é nem considerado recurso hídrico de tanta água que tem no mundo”, afirmou em entrevista à Jovem Pan News Natal.



O presidente da associação ainda afirma que os dados da taxação apresentados pelo governo não estão claros o suficiente. “É um decreto que está cheio de entrelinhas e uma planilha de custos muito mal elaborada. Existe uma interpretação que é mil vezes maior do que foi apresentado. E se isso for concretizado, uma fazenda pequena pode pagar de R$ 8 mil a R$ 10 mil por mês de conta de água”, comentou.


Em entrevista exclusiva ao AGORA RN no mês de abril, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Paulo Varella Lopes, afirmou que os pequenos produtores estão isentos das cobranças na regulamentação, algo que é rebatido pelo presidente da ANCC. Ele afirma que, apesar da aparente isenção, a previsão é de que o setor piore com mais burocracia e oneração.


“O pequeno produtor para ter esta outorga terá que pagar um despachante. Porque ninguém consegue preencher os formulários do IGARN [Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte] sem ter a assessoria de um despachante. E o despachante cobra R$ 3,2 mil para fazer essa licença. Além disso, o produtor tem que fazer todo ano um controle de água anual, que gasta mais R$ 3 mil. Ou seja, o pequeno produtor, que deveria ser isento, vai ter que pagar R$ 6 mil por ano. Fora a burocracia que não sai nunca.”



Com informações do Agora RN.

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